"...quantos males podes sentir sem estares doente?
Quantas mortes podes ter sem morrer ?!
Uma mentira... Uma dúvida... Um erro... podem levar-te ao desespero.
...quantas dores podem alcançar tua alma?!
O medo de perder tudo impede de possuir algo...
Não existe felicidade sem coragem, nem virtude sem luta!
A palavra virtude vem de "força"; a força é a base de toda virtude.
...é de nossos afetos desregrados, bem mais de que nossas necessidades,
que nasce a perturbação de nossa vida.
Nossos desejos são amplos...
Por seus desejos o homem depende de mil coisas,
e por si mesmo de nada depende,
nem mesmo de sua própria vida;
quanto mais aumentam seus desejos, mais multiplica seus sofrimentos.
Tudo apenas passa pela terra; tudo o que amamos mais cedo ou mais tarde nos deixará,
ligamo-nos a tudo o que amamos como se devesse durar eternamente.
Que pavor diante da mera suspeita da morte...
...os desejos desenfreados e as paixões desregradas,
sempre nos causam privações, sempre perdas, sempre alarmes...
...uma vez submetidos à eles, nunca poderemos satisfazê-los...
pois é preciso "possuir" a qualquer preço, sem seres capaz de resistir a nada ... esquecendo-se da razão.
... quem é apenas bom só permanece tal enquanto tem prazer em sê-lo;
porém, essa mesma bondade quebra-se e perece quando há o choque com seus próprios desejos...
... a virtude consiste na capacidade de vencer suas afeições, seguindo a razão, a consciência.
E serás livre de fato!
É quando aprendes a te tornares teu próprio senhor, governando teu coração... mediando com consciência.
Esse aprendizado é mais penoso...
mas a natureza livra-nos dos males que nos impõe ou então nos ensina a suportá-los, mas ela nada nos diz quanto ao que vêm de nós,
produzido por escolhas sem consciência,
apenas por vícios desenfreados e paixões desregradas;
ela nos abandona a nós mesmos; vítimas de nós mesmos;
deixa-nos sucumbir as nossas dores vãs e banhamo-nos de lágrimas da qual deveríamos nos envergonhar. E testamos a nossa força.
Mas... se soubermos dominá-las, subjulgaremos todas as outras;
o que é proibido pela natureza é estender nossos apegos para além de nossas forças; o que nos é proibido pela razão é querer o que não podemos obter;
o que nos é proibido pela consciência não é sermos tentados pelos desejos, mas sim não deixar-nos vencer.
Não depende de ter ou não ter desejos, mas o de reinar sobre eles.
Todos os sentimentos que dominamos são legítimos,
todos os que nos dominam são criminosos à nós mesmos.
...Mantém teu coração dentro dos limites da tua condição.
Estuda e conheça esses limites; por mais estreitos que sejam, não somos infelizes enquanto nos mantemos neles;
portanto, só somos infelizes quando queremos ultrapassá-los;
é quando consideramos o possível quando não o é; pois esquecemos de nossa condição humana limitada e, forjamos outras imaginárias, das quais sempre voltamos a cair.
As ilusões do orgulho são a fonte de nossos maiores males,
mas a contemplação da miséria humana torna o sábio sempre moderado.
Ele se mantém em seu lugar, não se debate para sair dele;
não gasta inutilmente suas forças... emprega a mesma no que possui...
Assim, se quiseres viver feliz e sabiamente,
dá teu coração apenas à beleza imperecível, e que, ciente de teus limites,
venças as tuas inclinações que irá ultrapassá-los.
Aprende a perder o que lhe pode ser tirado.
Ser mortal e perecível,
forma laços eternos nesta terra,
onde tudo muda, onde tudo passa. "
Com Afeto Receba Meu Forte Abraço!