SER LIVRE DE FATO ( JeanJacques Rousseau)



"...quantos males  podes sentir sem  estares doente?
Quantas mortes podes ter sem morrer ?!
Uma mentira... Uma dúvida... Um erro... podem levar-te ao desespero.
...quantas dores podem alcançar tua alma?!
O medo de perder tudo impede de possuir algo...

Não existe felicidade sem coragem, nem virtude sem luta!
 A palavra virtude vem de  "força"; a força é a base de toda virtude.

...é de nossos afetos desregrados, bem mais de que nossas necessidades, 
que nasce a perturbação de nossa vida.
Nossos  desejos são amplos...

Por seus desejos o homem depende de mil coisas, 
e por si mesmo de nada depende, 
nem mesmo de sua própria vida; 
quanto mais aumentam seus desejos, mais multiplica seus sofrimentos.

Tudo apenas passa pela terra; tudo o que amamos mais cedo ou mais tarde nos deixará,
ligamo-nos a tudo o que amamos como se devesse durar eternamente. 

Que pavor diante da mera suspeita da morte...

...os desejos desenfreados e as paixões desregradas, 
sempre nos causam privações, sempre perdas, sempre alarmes... 
...uma vez submetidos à eles, nunca  poderemos satisfazê-los... 
pois é preciso "possuir" a qualquer preço, sem seres capaz de resistir a nada ... esquecendo-se da razão.

... quem é apenas bom só permanece tal enquanto tem prazer em sê-lo; 
porém,  essa mesma bondade quebra-se e perece quando  há o choque com seus próprios desejos...

...  a virtude consiste na capacidade de vencer suas afeições, seguindo a razão,  a consciência. 
E serás livre de fato! 
É quando aprendes  a te tornares teu próprio senhor, governando teu coração... mediando com consciência. 

Esse aprendizado é mais penoso... 
mas a natureza livra-nos dos males que nos impõe ou então nos ensina a suportá-los, mas ela nada nos diz quanto ao que vêm de nós, 
produzido por escolhas sem consciência, 
apenas por vícios desenfreados e paixões desregradas;  
ela nos abandona a nós mesmos; vítimas de nós mesmos;  
 deixa-nos sucumbir as nossas dores vãs e banhamo-nos de lágrimas da qual deveríamos nos envergonhar. E  testamos a nossa força.

Mas... se soubermos dominá-las, subjulgaremos  todas as outras; 
o que é proibido pela natureza é estender nossos apegos para além de nossas forças; o que nos é proibido pela razão é querer o que não podemos obter; 
o que nos é proibido pela consciência não é sermos tentados pelos desejos, mas sim não deixar-nos vencer. 

Não  depende de ter ou não ter desejos, mas o de reinar sobre eles.

Todos os sentimentos que dominamos são legítimos,
todos os que nos dominam são criminosos à nós mesmos.

...Mantém teu coração dentro dos limites da tua condição. 
Estuda e conheça esses limites; por mais estreitos que sejam, não somos infelizes enquanto nos mantemos neles; 
portanto, só somos infelizes quando queremos ultrapassá-los; 
é quando consideramos o possível quando não o é; pois esquecemos de nossa condição humana limitada e, forjamos outras imaginárias, das quais sempre voltamos  a  cair.

As ilusões do orgulho são a fonte de nossos maiores males, 
mas a contemplação da miséria humana torna o sábio sempre moderado. 

Ele se mantém em seu lugar, não se debate para sair dele; 
não gasta inutilmente suas forças... emprega a mesma no que possui...

Assim, se quiseres viver feliz e sabiamente, 
dá teu coração apenas à beleza imperecível, e que, ciente de teus limites, 
venças as tuas inclinações que irá ultrapassá-los.

Aprende a perder o que lhe pode ser tirado. 

Ser mortal e perecível, 
forma laços eternos nesta terra, 
onde tudo muda, onde tudo passa. "
    


Com Afeto  Receba Meu Forte Abraço!





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