A VIOLÊNCIA



" Num impulso de autodefesa saído do seu instinto de conservação, 
o homem começa a identificar a violência em seus aspectos externos, 
visíveis e brutais, 
e em seus aspectos enrustidos,
disfarçados, diluídos em aparências outras.


Desde a violência direta da guerra, do trânsito, 
do assalto que mata e destrói, 
até a violência das compulsões consumistas, 
das repressões educacionais,
familiares ou políticas ( não-poucas),
o homem as identifica e proclama como o grande perigo 
do presente a ameaça à qualidade de vida.

A violência da sociedade em que vivemos,
  hoje um estado de consciência. 
Ela é inerente, difícil combatê-la 
pois não se pode largar abruptamente 
um tipo de atividade econômica, científica, industrial, tecnológica.
O processo desencadeado não pode ser freado subitamente, pois comporta o risco de crises gravíssimas de alimentos, empregos,
ruptura dos sistemas econômicos com 
as consequentes ameaças de guerra delas decorrentes,
guerras estas de violências inauditas.

... Mas persistir na rota de um progresso puramente material,
gerador da atual 
crise humana, social e existencial, 
é ampliar as causas tensionais da violência,
exatamente como está acontecendo no mundo.

... As comunicações hoje estão permitindo
(através do que veiculam, expressa ou simbolicamente) 
uma consciência nova no mundo: a da própria doença, 
enfermidade mental do homem condicionado da era industrial. 

Só defrontando-a, primeiro passo para conhecê-la, 
os homens poderão superá-las. 
Estamos nessa fase:
a de tomada de contato com a doença da violência milenar. 
Erradicá-la ( se o conseguirmos) custará décadas, talvez séculos. 
É até possível que nos destruamos antes."


( Arthur da Távola )


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